Franqueadores que normalmente fornecem produtos para a rede franqueada muitas vezes são procurados por investidores interessados em levar seus produtos para outros países e acabam confundindo essa concessão com internacionalização da franquia. Iniciam normalmente testando a aceitação de seus produtos junto ao público consumidor estrangeiro e, ao detectarem boa aceitação e aumento das vendas, consideram o negócio “testado” no mercado daquele país e, na maioria das vezes, cedem a marca para aqueles investidores que serão considerados “Master franqueados”. O que esses franqueadores muitas vezes esquecem é que, a exemplo de muitas franquias internacionais que fracassaram no Brasil, para iniciar a expansão de uma rede em outro país é necessário não somente comercializar um produto ou serviço, mas planejar estrategicamente a abertura de novas unidades em mercados potenciais para o negócio, pensando no “produto franquia”.

A abertura inadequada de franquias em outros países ou até mesmo em territórios que não possuem características suficientes para abrigar determinado negócio, fatalmente gerará, em curto prazo, alterações no mix de produtos para adaptar-se a preferências de consumo locais, modificações de padrões, elevação de custos para criar novos materiais de marketing e venda locais, comprometendo o fundo de propaganda e a insatisfação de franqueados que não alcançam a rentabilidade prometida e não recebem a assistência adequada do franqueador.

Quando o foco do franqueador está na venda de seus produtos e as franquias são vistas como uma solução para a distribuição dos mesmos no varejo, a internacionalização deixa de ser o sonho de ganhar visibilidade mundial, para tornar-se o pesadelo de ter que fechar lojas, arruinando a marca e amargando processos na justiça como tantos exemplos já vistos anteriormente.