Quando o assunto é iniciar a expansão por meio de franquias ou reestruturar uma rede que cresceu sem a estrutura necessária, o melhor passo a ser dado é entender primeiro quais as reais falhas que desencadeiam os principais problemas das franquias brasileiras nos dias de hoje e aprender com os erros de grandes redes.

O que leva renomadas redes de franquias a cometerem os mesmos erros de diversas empresas franqueadoras do passado que tinham tudo para ser um sucesso e morreram na praia ou amargaram anos de problemas com franqueados na justiça? Por que os erros, que na grande maioria são os mesmos de sempre, continuam se repetindo, levando muitas redes ao fracasso antes mesmo de se consolidarem no mercado? Parece que as afirmativas que frequentam as rodas do Franchising ainda também são as mesmas: “Isso não vai acontecer comigo”, ou “O meu problema é diferente”. Mas, se a base do conceito da expansão por franquias é conceder um negócio de sucesso a quem deseja comprar o know-how do franqueador (que, em tese, já deveria ter errado e acertado bastante antes de começar a expansão), por que tantas empresas franqueadoras ainda caem nos mesmos erros? Na verdade, os principais motivos são:

  • Acreditar tanto no produto ou serviço do negócio e achar que eles são a chave do sucesso de uma expansão, esquecendo que é a estruturação da empresa franqueadora que vai ditar as regras para o sucesso;
  • Manualizar os processos do negócio esquecendo detalhes cruciais, que fazem a diferença no dia a dia;- Não planejar adequadamente a expansão, considerando todas as localidades como prioritárias para a instalação de novas unidades;
  • Selecionar franqueados que não têm o perfil para operar a franquia, acreditando que sua equipe é capaz de resolver os problemas de relacionamento futuros;
  • Adotar métodos de treinamento que são facilmente aplicáveis em muitas empresas, mas não são os adequados para o bom funcionamento de uma franquia;
  • Ampliar os canais de distribuição dos produtos para outros varejos além da rede de franquias para capitalizar a franqueadora, esquecendo que o resultado do franqueado depende de seus diferenciais no mercado;
  • Modificar o padrão inicial do negócio, com o objetivo de facilitar a expansão e a adaptação em mercados onde não se justifica a abertura de uma unidade como ela foi criada originalmente.

Na verdade, ninguém erra porque quer. O que existe é a falta de percepção dos próprios erros – e das cruéis consequências deles – e, mais ainda, a falta de preparo suficiente para olhar experiências bem ou mal sucedidas que levam a um conhecimento maior das reais necessidades de estruturação da empresa franqueadora. Estar estruturado para expandir a rede e ser um sucesso não é tarefa fácil. Requer dedicação, muito trabalho e, principalmente, troca de experiências.